domingo, 30 de setembro de 2007

Luz Eterna


Encontrara-me na substância do silêncio com meros movimentos durante enigmáticos dias que sucederam até o pulsar das primeiras ordens mágicas que seguirão por minha eterna vida. Um esforço fez-me suportar a luz intensa dos cosmos, como se não estivesse à altura de entender tal claridade. Surpreendida pela magia destes, reflexos de luz descera aberto e superior de onde via-me cega por específica incompreensão guiada por uma obstinação de sonâmbulo, como se o tremor do meu corpo já não existisse mais, apenas o caminhar de meus passos, lentos, para a direção do terreno reluzente de uma vida fundamental. Com um suspiro, de quem voltasse a si mesmo, encontrara a sombra vacilante, movimento ausente, o qual induzia-me ao refúgio calado e bruto. Captara um princípio no Mundo feito da mais pura harmonia, repleto de elementos que ultrapassam meu silêncio.
Quando adentrei no terreno, sozinha, senti a solidão, da ausência do perfeito amor em minha vida, não tive outra escolha a não ser gozar o vasto vazio de mim mesma. Preparara meu ninho naquele Mundo rudimentar de folhas mortas se decompondo, andorinhas que não voavam mais, lagartas rastejando pela terra seca e áspera. Acompanhara todos os movimentos com a boca entreaberta. Ninguém seguira os passos de ninguém: a lagarta suja de poeira se compreendia assim que se enroscava. Ali era o escuro ar de que vive uma coisa viva.
E eu, tão somente eu, sentada no terreno, envolta pelo silêncio sombrio, chegara a me apavorar. Cercada de seres vivos inanimados, esperava a Luz da eterna vida resgatar-me, para então, poder guiar meus passos.

3 comentários:

Anônimo disse...

muito legal! Parabéns

Juliana Cintra disse...

Olá..
Obrigada Marcos!

Anônimo disse...

ler todo o blog, muito bom