terça-feira, 30 de outubro de 2007

Sapatos


Calçara meus sapatos rumo a rotina de minha história, confusa, cheia de mistérios que beiram um precipício sombrio, e quanto aos meus passos, se vacilassem um milímetro, cairiam à morte. Percorro por um aprimoramento da sabedoria, esta, suga desejos pelo aprendizado absoluto, difícil de alcançar, mas possível de se chegar. Repressões alheias perturbam minha alma num desgaste constante de satisfação, o porquê não sei, apenas sinto certa opressão. Com os pés calçados, saio de casa em direção a vitória tanto almejada, ela grita todos os dias dentro dos meus tímpanos, ansiando um glorioso êxito. Sentidos transmutam pensamentos inclusos encontrados em meu cérebro, surgidos através de reflexos de querer, raios de poder. Fora de casa, tudo muda, a proteção se sensibiliza pelas ocorrências de seres malfeitores, de casos injustos, situações daqueles perdidos, abandonados. Meus sentimentos acabam por abalar todas as províncias de um abismo situado nas profundezas de minha alma, incomensurável no vórtice da consciência. Buscando o real pela guia intuitiva, meus sapatos gastam-se nos atos tomados e fatos freados, inexplicáveis por palavras, mas totalmente oprimidos pela violenta razão surgida à tona como trovão que estremece o chão. Casos, coisas, sonhos, quimeras, fantasiam realidade irreal, ocasionando tropeços em meus passos, impulsionando-me na Era de martírios criada pelo meu ser inocente, indolente. Volto para casa, tiro meus sapatos, jogo-os no reciclável para que possa ser levado todos os maus elementos presos a ele. Recomeço no dia seguinte com novos sapatos, novas idas, novos relatos de minha vida!

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Veredicto


Pela aguda transparência
Relato o veredicto
Insuscetível de transformação
Em virtude do preceito emocional.

Sem suporte algum
Nos elementos de convicção existentes,
A demonstração do amor
Sem qualquer atitude tomada
Não enseja minha posse.

Minha Alma,
Só emitirá
Provimento a esta rendição,
Se o veredicto
Afrontar radicalmente a verdade
Dita, através de tuas palavras.

E assim,
Reconhecendo a procedência de tua manifestação
Somente uma vez,
Na presença das testemunhas de luz
Cederei meu coração!

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Viagem Introspectiva

Condensam passos do destino sólido...
Caminhando entre razão e emoção
O “Eu” interior grita para a evolução
Suplicando atitudes do pequeno ser
Comandante dos pensamentos e guia do coração.

Divino poder enraíza-se
Entre corpo, alma e espírito
Preenchendo o todo deste singelo ser
Calmo, presente, lírico.

Abre-se o portal da vida
Conquistado a cada passo
Percorrido na escada em sua íntegra subida.

Abre-se o céu de estrelas belas
Numa toada de vento
Um grande amor irradia
Despertando por todo o sentimento.

Não há tempo, nem hora marcada
Rosas vermelhas invadem a luz do dia
Rosa branca traz paz e harmonia
Viajando neste Mundo que nos desafia!

UNO

União de corpos
Gera a transcendência
De afetos melosos,
Somáticos de amor.

Ligando positivo e negativo
Elos místicos
Perfazem o oásis
De sonhos múltiplos.

Nesta conexão
O uno, é único
Porém, distinto pelas almas
Que formam o núcleo do mundo.

Era de conjunção
Jorra a seiva desta união
Na brisa da paixão.

Decantado, o interior
Fecunda arte
Profetizando esta glória
De uma nobre realidade.

Grita o amor
De coragem e instinto
Ansiando o encanto
Nobre, sem dor
Realizando um pacto infindo.




Essas são as últimas duas poesias da exposição, infelizmente não tem foto dos quadros, mas são lindíssimos e com sua essência única que só o Flavinho consegue fazer, adoro!!!

Agradeço os comentários, é muito bom lê-los sempre!

Bjux bjux.

terça-feira, 23 de outubro de 2007

Melodia Abstrata


Em meio aos sons
Divago pensamentos perdidos
Pela alma amada
Que se foi...

Perco o chão
E fico a flutuar
Por lembranças distantes
Que desaparecem em vão.

Vazio de meu Mundo
Derrete sentimentos
Arcados do coração profundo.

Provoco o violino,
Para chamar teu espírito
Envolvendo o ar de alívio
Que só tua essência pode dar.

Sem martírios
Fico a navegar
No acalento azul do céu
Que tu te encontras
Dançante neste véu.


Quadro de Flávio Januário.

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Um Amor Passado


Desprendo-me do teu passado
Presente por tua última rosa
Caída em minhas mãos
Tão inexpressiva, que me corta...

Desfalecido, meu coração está
Descera do céu para sombra da terra,
Com a lua sempre a me acompanhar
Irradiando luz eterna!

Presa em tua alma
Sem rumo, vago pela rua
Neste parecer de horizonte sem fim
Somos agora, apenas, eu e a lua.

Recolho os sussurros da noite
Que neste breu, carrego lágrimas
Juntando em meu coração partido
E ausentando da face, o belo sorriso.


Esta poesia (como as próximas que seguirão), foi inspirada no quadro acima do meu amigo Flávio Januário, elas estão expostas,junto aos quadros, no Avis Rara em Souza - SP.

bjux pra todos voadores!

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

"Meme"


O Blog "Canto da Boca" fez a proposta para realizar o "Meme", descobri o que é, agora na verdade, como dizem que é sagrado e eu prezo todo o sagrado, vim aqui cumprir a proposta, que é:

1ª) Pegar um livro próximo (PRÓXIMO, não procure);
2ª) Abra-o na página 161;
3ª) Procurar a 5ª frase completa;
4ª) Postar essa frase em seu blog;
5ª) Não escolher a melhor frase nem o melhor livro;
6ª) Repassar para outros 5 blogs.

Bom, eu leio vários livros ao mesmo tempo, mas como sou fiel as coisas que faço, peguei o primeiro livro que estava próximo a mim, que é: "Hollywood" de Charles Bukowski, é um romance bem doido, infelizmente estou atrás da página 161 em minha leitura, vida corrida esta, rsss... mas aí vai a 5ª frase:

"O advogado Tommy Henderson, serviu novas dores para si mesmo, para Sarah e para mim."

É isso, hummm, frase curta, sem muito conteúdo, ou talvez sim, por eu ser uma futura advogada, em relação as dores, elas sempre vêm e vão...vão e vêm... ciclo da vida!!!

Proponho a continuação do "Meme" para os seguintes Blogs:

1 - Do Nada O Todo
2 - A-TIRADA
3 - Minuto que Corre
4 - Murillo Som e Poesia
5 - Meu Auto Falante


Bjux queridos amigos e leitores!
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segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Transição


Entre paredes de concreto e tinta descascada pela erosão do tempo, pegadas são deixadas pela densidade áspera no movimento do corpo, surgido no beco do destino num longo corredor sem fim. Ausente da vida, fardo pesado nas costas exige o cumprimento da missão, árdua e rasteira de fluxos geniais, fixados na mente. Massa cerebral, consistente de pensamentos lógicos, tornam-se irracionais impulsionados pela vida. Sombra fixada na matéria, persegue cada passo fluídico ocorrido no trânsito do vácuo das paredes áridas, desmanchadas a olho nu. Passo por passo é dado na longínqua reta no beco do destino, este, amparado por sonhos ilusórios de uma Alma mísera, justa de compaixão necessária da doação de Almas tocadas diante uma penúria melancólica, dilatando pupilas sensíveis, capazes de enxergar procedimentos dignos de salvação. Neste sentir único, apto para mover barreiras ditas por impossíveis, aliviará a carga transportada no caminhar obscuro exigente de forças divinas encontradas em Almas abençoadas. Fé no coração, é Mãe de todas as Almas, gera confiança e crédito na vida dos míseros, mesmo, os que não a possuem, podem ser persuadidos por Anjos protetores, auferindo seus fardos densos para alcançar a plena purificação da Alma. Basta acreditar.


Texto inspirado no quadro acima de Roberto Branco.
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sábado, 13 de outubro de 2007

Elas ancoram...


Escorregam em vias minhas
Pensadas sem análise
Inusitadas palavras
Vazadas em papel branco
Como meu sangue,
Gotejado pelos meus cortes...
Sentidas por legentes,
Palavras percorridas
Por leigos distraídos
Inoportunos feridos
Sensatos oprimidos
Magnânimos fartos...
Surtidos pela essência
Em seus próprios melindres
Palavras além do sentir
Inimagináveis pela criação
Procriadas inconscientemente
Ou será por intuição??
Palavras, palavras...
Sempre ilimitadas
Ancoradas
Em sua própria transformação.

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Revolvendo-me


Ares absortos
Suspendem meu corpo
Flutuante em proporções
Distintas
Pelo vivido
De mim...
Percorro estradas dos cosmos
Que rodeiam meu corpo
De desejos
Ilusórios
Produzindo reflexos na Alma
Imigrando no “Eu”
Introvertido,
Flutuando em pesares
Complexos de apetites utópicos
Irrealizável pelas fantasias inusitadas
Da nova era
Reversa do pretérito
Deglutido
Pelo sofrer de meu Espírito.

terça-feira, 9 de outubro de 2007

Só o tempo...


Só o tempo me trará flores suaves
Na manhã de solidão...
Despertando uma magia intensa,
Da profusão da exatidão.

Acariciando minha Alma,
Este tempo observará
Meus sentimentos
E conversará
Com minha mente...

As flores doadas me darão
O êxtase da paz
Bem no fundo
De meu coração.

Saciando um amor divino,
Gerando esperança e fé
Dentro de minha redoma,
Que abrirei
Quando o tempo
Trazer meu amor eterno
Que em meu ímpeto, sentirei.

sábado, 6 de outubro de 2007

Portal Mágico


Abriras um portal em minha vida, ao qual estava hibernada no fundo de uma cratera de gelo. Tua aparição despertara sentimentos jamais sentidos dentro do meu Ser abandonado, isolado. Mostraras coisas maravilhosas, saberes únicos de tua mente digníssima, lançando tirocínios em meus pensamentos, estranhos à minha ignorância, que tu doaras. Tamanha visão que ofereceras, fez brotar uma pequena semente, que cravara em meu coração. Hoje, regá-la, não será permitido, por tantas incertezas, desavenças. Mantenho-a coberta pelo meu sangue, nutro-a com meu amor, se crescerá, não sei, mas sei que por menor que seja esta sementinha, poder ela possui. O portal mantém-se aberto, este, gerara uma transcendência entre nossos sentimentos, aflorando uma energia que somente nós sabemos tamanha força. Incomodáramos seres aos redores cheios de tormentas, atirando para todos os lados. Medo, não tive, apenas não agrada-me levar um tiro e morrer a mercê de uma atitude tardia... Viva! Viva teus belos apreços, olharei sempre por ti, orarei por tua Alma. Apenas deixe-me longe de tuas fraquezas inusitadas, que a mim, gera mágoas, dor, tristeza... A magia do portal, jamais se extinguirá, os cosmos agradecem e minha Alma sustenta a nutrição ocorrida pela singela troca de sentimentos valentes de nossos Espíritos!

sexta-feira, 5 de outubro de 2007

"Cântico Negro"

"Vem por aqui" - dizem-me alguns com os olhos doces
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui!"
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...

A minha glória é esta:
Criar desumanidade!
Não acompanhar ninguém.
- Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre à minha mãe

Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...

Se ao que busco saber nenhum de vós responde
Por que me repetis: "vem por aqui!"?

Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...

Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.

Como, pois sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...

Ide! Tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátria, tendes tectos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios...
Eu tenho a minha Loucura !
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...

Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém.
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.

Ah, que ninguém me dê piedosas intenções!
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou.
É uma onda que se alevantou.
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
- Sei que não vou por aí!


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Poema de José Régio.

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Despertar do Pesadelo


Puft. Uma minúscula pedra vindo da imensidão azul, caíra direto no centro do meu crânio. Zummm... uma sensação de impulso resgatara-me do sonho irreal, vindo a tona, despertando minha mente realista; aqui, agora, vivida pela minha matéria mais densa que se encontrara no largo precipício surrealista. Dirigida pela força maligna, não tive forças para a negação dos piores dias vividos em minha vida. Desgraçada força soturna, que aprisionara meu espírito nestes momentos dolorosos de incerteza. Respostas? Não quero mais, a tão misteriosa surpresa, já não é necessitada de palavras falsas, oscilantes, precárias. Meu Ser habita a redoma de cristal, perfurada pelas suas unhas de Diabo. Tola eu, expusera-me a sensações que surraram minha alma de desgosto. Meu coração pulsa da farta decepção, minhas veias bombardeiam pela cólera agitada....sai, sai, sai de mim...não confunda-me mais energia depravada angustiante. Volto ao meu Mundo, puro, limpo, reconstruindo minha redoma, ao cheiro das brancas rosas!
Fim.Paz.

Boneca Francesinha


Boneca Francesa
Parece uma boneca de pano
Quase uma boneca de cristal,
Sorte ser um ser humano.

Boneca linda
Da instância do bem querer,
Que da gosto de ver
Uma boneca formosa
Que brilha no seu prazer.

Possui coloridos da natureza
Cheia de pureza,
Exala um perfume
Como luz de vaga-lume
Transmitindo nos olhos, o brilho de sua beleza.

A sua face serena
Reflete encantamento
Do mais puro sentimento,
Na meiguice de seu ser
Sem maldade no viver
Onde o mundo é fantasia,
Na infância toda harmonia
E o carinho que podia ter.

Carrega em sua estampa
Uma grandeza infinita
Sempre em seu porte,
A graça e simpatia
Que aos olhos traz alegria.

Essa é a Boneca Francesinha
Que a todos conquista
Com sua transcendental energia
Fluindo desse mais belo ser
Cheio de sabedoria!

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Presente em homenagem a querida French Doll..
Te adoro chérie!
Tam Ti Tam Borboletados pra ti!
Jux Jux.
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segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Rio Negro


Pelas margens do Rio Negro
Caminham meus passos
Profundos, rasos
Diante desta matéria
Que me condensa...

O translúcido da água
Suplica meu submergir
Desejando provar meu corpo,
Umedecer minha Alma.

Pés sujos pela terra molhada
Escorregam na gleba primitiva...
Meu perispírito cansado de trabalhar
Anseia pelo momento de inundar,
Todo seu espaço
Pela água da paixão.

Sereia fabulosa
No íntimo do Rio Negro
Clama por meu nome
Cobiçando meus prazeres

Despertando em sua água
A forte aspiração em me contemplar,
Enraizando a fome
Ardente,
Que esta goza...

E meus passos delirantes
Insistem na abundância
Da fusão
Para o maravilhamento de nossa conjunção!