Nesta Montanha

Encontro-me no apogeu da montanha mais alta que meus olhos possam ver. Olho para vastidão abaixo não conseguindo visualizar a volta do caminho desta sina. Sinto meus pés gélidos pela altitude de um lugar tão distante e inimaginável de mim mesma. Sou eu que transformo fatos de minha vida. Perante a montanha encantada permanecem migalhas trazidas do vento. Migalhas dos mortos, que batem em minha face sem nenhum pudor. Eles vêm e vão, vão e vêm sem medo do retorno abalado por erros conscientes e acertos inconscientes. A montanha é que sabe a real verdade das coisas; eu, não sei nada, não sou nada nem ninguém. Um dia hei de ser, quando a montanha desaparecer e meus pés não tiverem mais chão para pisar. Flutuarei pelo céu cinza do remorso e culpa que me vestem estes calafrios alheios. Não ousarei encontrar nenhuma outra montanha.

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LUZ DIVINA

Ergam-se aos céus pequenas mãos
Do acalento dilúvio na energia celeste
Transportando corações
Ao leito que expande todo este amor.

A chama da paixão ilumina
Levando-nos para bem longe daqui
Entre mar, sol, nuvens
Guiando esperanças...
Por esta sentinela divina.

Pensamentos elevam-se...
Despertando a esperança plena
Que paira na brisa da confiança
Das almas que clamam pelo futuro.

A força é expulsa dentro do peito
Aos olhos que bebem de medo
Por virtudes murmuradas
Que através de harpas são tocadas!

Em ti

Em ti, vejo luz da minha divindade certa de viver. Este, cheio de poesias, graças, belezas, simpatias, doçuras e esperanças de sonhos a serem realizados. Em ti, tudo que desejo é permitido, nada proibido em uma esfera cheia de amor. Em ti, cada pedaço que sinto é meu coração pulsando vida de nossas almas. Em ti, olhares profundos, sinceros e tenros. Em ti, pele branca, cheirosa, macia como a neve que nunca senti, mas em ti sinto tudo que nunca ousei sentir nesta entrega de almas plenas, brandas, postas ao mundo suave entre tantas outras coisas existentes, que para mim, não afetam. Não me moldo entre cruzes, arames e cercas postas a quem não quer viver. Em ti, o que vejo é VIVER, sentir, flutuar sob carinhos percebidos entre os cinco sentidos de um ser, e digo existir um sexto sentido, em que este, por surgir das entranhas de minha alma, ser a fabulosa intuição aflorada em meu corpo e distribuída por todos minuciosos pedaços de seu ser.

Dois Corações

Dentro desta pequena semente
Surge a batida de teu coração...
Enaltecem meus pensamentos
Brotados em minha mente.

Ao compasso de nossos corações
Mais uma vida irá surgir
Acalento-me nas orações
Para meu Deus interno não fugir

Sigo os dias a tua espera
Cada movimento teu é uma melodia
Que desperta um carinho e amor
Irradiando luz por toda esta esfera

Vem Sophia,
Vem sentir a luz do dia
Renascer nesta Terra
Para engrandecer minha alegria!

Arco-Íris

Minha alma eleva-se
Às cores do arco-íris
Tão cintilante,
Que risca meu chão
Com giz vibrante
Do manto prata
A essência do lilás...
Das cores intensas
Transbordam sentimentos
Meu corpo treme,
Geme de amor
Coração irradia
Toda cor
Do arco-íris
Deste lindo dia.

PRESSÁGIO

Não vou suportar temores sem saída
Erguidos com malícia
Pelo ego profundo do meu eu

Não quero correr, fugir
Do desconhecido, do preto, do liso
Quero gozar apenas dos sorrisos
E de um lindo riso

Não posso permitir-me esquecer,
De vivências passadas, presentes
E fluídicas pela premonição pretérita
Envolvida à minha alma

Alma lúcida, de querer,
Pelo mais intenso viver
Sempre sonhando, tateando ondas de calor
Que envolvem este ser, puro, ingênuo
Sem nenhum pudor...

Tua Existência

Olho em teus olhos
E mergulho na profundidade
De tua existência,

Como se eu pudesse
Tocar todas as estrelas,
Estrelas do céu,
Céu de tua existência.

Domando o vento
Que toca tua face
Para te acariciar...

Transformando todos os atos
No sentimento de amar...

E das formas celestes
Retirar o perfeito
De cada divindade
Ali encontradas

Para poder presentear-te
Com minuciosas essências
Como finas gotas que caem do céu

E tocar teu corpo,
Esta dádiva,
Que veio a mim
Como um véu!

Minha Estrela

Naquela encantada noite estrelar
Brilhastes para mim
Em meio ao luar

Meu coração compassado
Sentiu a transmissão de teus passos
Que destes em minha direção

Rendi-me nesta natureza de transformação
Entre paisagem e sentir...
Entreguei minha alma
E daqui não hei de partir.

Entre tantas emoções,
Desvendei o segredo do amor
Ao qual transcendeu meus sentidos
Sem nenhum pudor...

Por aqui fico,
Permaneço...
Crio raízes
Que com vontade, as finco.