quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Nesta Montanha



Encontro-me no apogeu da montanha mais alta que meus olhos possam ver. Olho para vastidão abaixo não conseguindo visualizar a volta do caminho desta sina. Sinto meus pés gélidos pela altitude de um lugar tão distante e inimaginável de mim mesma. Sou eu que transformo fatos de minha vida. Perante a montanha encantada permanecem migalhas trazidas do vento. Migalhas dos mortos, que batem em minha face sem nenhum pudor. Eles vêm e vão, vão e vêm sem medo do retorno abalado por erros conscientes e acertos inconscientes. A montanha é que sabe a real verdade das coisas; eu, não sei nada, não sou nada nem ninguém. Um dia hei de ser, quando a montanha desaparecer e meus pés não tiverem mais chão para pisar. Flutuarei pelo céu cinza do remorso e culpa que me vestem estes calafrios alheios. Não ousarei encontrar nenhuma outra montanha.
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2 comentários:

Pedro Paz disse...

ola !!!
bela poesia...
e tdos os poemas

Anônimo disse...

"eu, não sei nada, não sou nada nem ninguém."

Sábios são aqueles que admitem que nada sabem! Ter consciência que a vida possui segredos e que não temos (pelo menos por enquanto) acesso a eles é sabedoria pura.

Beijos